segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Resenha: A Casa das Orquídeas - Lucinda Riley

 

Sinopse: Quando criança, a pianista Júlia Forrester passava seu tempo na estufa da propriedade de Wharton Park, onde flores exóticas cultivadas pelo seu avô nasciam e morriam com as estações. Agora, recuperando-se de uma tragédia na família, ela busca mais uma vez o conforto de Wharton Park, recém-herdada por Kit Crawford, um homem carismático que também tem uma história triste. No entanto, quando um antigo diário é encontrado durante uma reforma, os dois procuram a avó de Júlia para descobrirem a verdade sobre o romance que destruiu o futuro de Wharton Park... E, assim, Júlia é levada de volta no tempo, para o mundo de Olívia e Harry Crawford, um jovem casal separado cruelmente pela Segunda Guerra Mundial, cujo frágil casamento estava destinado a afetar a felicidade de muitas gerações, inclusive da de Júlia. 

Fui jogado entre um romance romântico clássico e um romance contemporâneo estilo Emily Giffin, e vejam: eu amei. Lucinda conseguiu unir gêneros tão parecidos e ao mesmo tempo tão complexos em um livro inteligente, carismático, chocante, imprevisível, apaixonante e um monte de adjetivos que eu poderia fazer você ficar horas lendo-os.

''- Eu nunca acreditar que isso acontecer comigo.
- O quê?
- Eu me apaixonar. Sentir isso... Aqui - ela apontou para o coração. - Minha avó, ela dizer que amar de verdade outra pessoa ser como acha o paraíso na Terra.
- Ou o inferno - Harry murmurou ao se levantar e a abraçou mais uma vez.
- Não consigo deixá-la ir.
Ela se afastou dele e estendeu a mão delicada. Ele a a envolveu na sua, e depois, beijou a palma delicada dela.
- Eu voltar amanhã - ela disse, tirando sua mão da dele. - Boa noite, Harry.
- Boa noite, meu amor - ele sussurrou enquanto a via partir à luz do luar.'' Pag. 356

O livro nos mostra segredos enterrados de famílias da nobreza que acontecem no período de um Führer bastante famoso: Hitler. Ficamos viajando entre a Inglaterra atual e a Tailândia nos tempos da 2ª Guerra Mundial. Tudo começa quando Kit, herdeiro da Wharton Park, uma casa pertencente à família Crawford, encontra um diário nos dias recentes que acredita pertencer ao avô de uma amiga de infância (Júlia), e ao reencontrá-la ele resolve devolver. Júlia é uma mulher angustiada por decorrência de acontecimentos recentes. Numa visita a avó, Júlia descobre segredos que o tempo fez o favor de guardar, mas que o destino fez o favor de soprar a poeira. A avó de Júlia, Elsie, nos apresenta um grupo de personagens que tiveram bastante importância com os eventos atuais. Personagens como Harry e Olívia que vivem um romance regado a amor e ódio, mais ódio que amor. Ou personagens ''atuais'' com Alícia e Max. Alícia irmã de Júlia que não tem muita importância no livro mas nos faz perceber ser uma pessoa bem intensa e controladora. Max marido de Alícia, esse tem menos importância ainda. É um livro recheado de drama, então tome cuidado ao se apegar com os personagens pois a sra. Riley não me pareceu ter compaixão com seus humanos fictícios.

''- Para ser sincera, eu ficava entediada quando vínhamos para cá. Mal podia voltar a cidade e ver meus amigos.
- Você sempre foi uma garota da cidade - comentou Júlia.
- Sim, e olhe para mim agora: 34 anos, com uma casa em uma fazenda no meio do nada, uma ninhada de filhos, três gatos, dois cachorros e um fogão. O que aconteceu com as luzes de néon? - Alícia sorriu com ironia.
- Você se apaixonou e formou uma família.
- E foi você quem ficou com as luzes - Alícia acrescentou, sem malícia.
- Sim... - a voz de Júlia foi diminuindo quando eles entraram na propriedade. - Lá está a casa, igualzinha a antes!'' Pág. 21.

Como disse anteriormente, os flashes do passado me fizeram ser transportado para uma leitura de um romance estilo Jane Austen-Emily Bronté, nos tempos em que muitos desejam viver. Com o cavalheirismo nas veias dos homens e a ingenuidade e delicadeza nas veias das mulheres. O problema é que: você fica com vontade de ter um jardim de orquídeas no quintal. O livro é cheio de reviravoltas e ao contrário de alguns amigos resenhistas, esse livro não me apresentou em nenhum momento ser previsível. Recheado de personagens a autora consegue contar histórias de praticamente todos eles e acreditem: ela consegue interligar essa histórias de maneira tão natural que você não se perde e não chega a ser algo complexo a ponto de dar um nó no cérebro. E ao contrário de muitos romances por ai, os personagens são apresentados de forma bem realista: cometem erros, se arrependem. Isso faz com que eles se tornem palpáveis. Não preciso nem dizer que amei, virou meu favorito e está nas melhores leituras do ano, né?

''Ela precisava de solidão. Eu entendo. Cada um reage de uma maneira diante das tragédias. E nenhuma maneira é errada. - Kit acrescentou. - Eu perdi uma pessoa, e para dizer o mínimo, não fiquei nada bem depois. O que foi que John Lennon disse mesmo? - Kit olhou para o teto em busca de inspiração. - Ah, sim! ''A vida acontece quando você está ocupado fazendo outros planos.'' Não há nada mais verdadeiro. Nenhum de nós tem controle sobre nada e, apesar de geralmente ser necessária a dor para percebermos isso, quanto mais cedo aprendemos, mais cedo tentaremos viver um dia de cada vez e aproveitar a vida ao máximo.'' Pág. 225.

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