terça-feira, 9 de abril de 2013

Resenha: Extraordinário - R. J. Palacio

 

Sinopse: August Pullman, o Auggie, nasceu com uma síndrome genética cuja sequela é uma severa deformidade facial, que lhe impôs diversas cirurgias e complicações médicas. Por isso ele nunca frequentou uma escola de verdade... até agora. Todo mundo sabe que é difícil ser um aluno novo, mais ainda quando se tem um rosto tão diferente. Prestes a começar o quinto ano em um colégio particular de Nova York, Auggie tem uma missão nada fácil pela frente: convencer os colegas de que, apesar da aparência incomum, ele é um menino igual a todos os outros.
Narrado da perspectiva de Auggie e também de seus familiares e amigos, com momentos comoventes e outros descontraídos, Extraordinário consegue captar o impacto que um menino pode causar na vida e no comportamento de todos, família, amigos e comunidade - um impacto forte, comovente e, sem dúvida nenhuma, extraordinariamente positivo, que vai tocar todo tipo de leitor.

Triste. Transformador. Amigo. Humano. Extraordinário. 

Auggie sempre enfrentou a indiferença e o terror estampado no rosto das pessoas ao lhe verem andando na rua. August sabia que tinha um rosto que ''fugia aos padrões normais'' mas era impossível disfarçar a mágoa que sentia ao ver a repulsa estampada nos rostos das pessoas. Apesar dele ter uma ''deficiência'' facial (para não falar deformação), a mente dele funciona igual a qualquer outra criança de dez anos. Ele sente vontade de correr, de brincar, de passear, de receber presente e gosta de assistir a filmes. Sua mentalidade não é afetada pelo gene que fugiu ao controle do seu DNA. 

''Sei que não sou um garoto de dez anos comum. Quer dizer, é claro que faço coisas comuns. Tomo sorvete. Ando de bicicleta. Jogo bola. Tenho um Xbox. Essas coisas me fazem ser comum. Por dentro. Mas sei que as crianças comuns não fazem outras crianças comuns saírem correndo e gritando do parquinho. Sei que os outros não ficam encarando as crianças comuns aonde quer que elas vão.'' Pág. 11. 

Para Auggie sempre foi difícil manter amizades. As crianças até iam brincar em sua casa, mas nunca mais voltavam. Ou quando o encontravam no parque as que não diziam coisas indelicadas e saiam correndo aos berros, se afastavam como se Auggie fosse portador de uma praga contagiosa. Mas os pais de August sabiam que ele precisavam ''crescer''. E ir para a escola pela primeira vez na vida seria um grande passo para esse crescimento. 

'' - Então - começou ela - Como conheceu a Summer se ela não faz nenhuma aula com você?
- A gente sentou junto no almoço. [...]
- Ela parece muito legal.
- É sim.
- E é muito bonita - comentou a mamãe.
- É, eu sei - respondi - Nós somos meio que a Bela e a Fera.
Não esperei para ver a reação dela. Simplesmente comecei a correr pela calçada atrás da pedra que eu havia chutado para a frente o mais forte que consegui.'' Pág. 63. 
O livro é recheado de ensinamentos. Vemos ambas partes da trajetória de aceitação de August na sociedade por vários pontos de vista. Tem a Via, que é irmã de Auggie e sente muita pena do irmão e parte para cima de qualquer um que o constrange na rua. Tem a Summer que foi a primeira amiga - a menina que driblou preconceitos e aproximou-se de August - mesmo quando todos do colégio pretendiam ficar cada vez mais longe de Auggie. Conhecemos o Jack, que é ''amigo encomendado'' pelo diretor para fazer com que o garoto se sinta acolhido, e vemos que há muitas controvérsias com razão a isso. Tem também a visão de Justin - que é o namorado de Via - e não vejo importância nenhuma na parte dele. Acho que a autora deveria ter tirado Justin e colocado um dos pais de August... estava esperando pelo ponto de vista deles... mas continuando: e temos Miranda, que é amiga de Via e tem sentimentos de irmão pelo August. 

''pensei muito nisso e em tudo o que significa. ela está certa. o universo não foi legal com auggie pullman. o que aquele garotinho fez para merecer essa sentença? o que os pais dele fizeram? ou a olivia? uma vez ela mencionou que um médico disse aos pais dela que a probabilidade de alguém ter a combinação de síndromes que resultou no rosto de auggie é de uma em quatro milhões. então isso não faz do universo uma loteria gigantesca? você compra um bilhete quando nasce. e é só um acaso ter um bilhete bom ou ruim. é questão de sorte.'' Pág. 210. 
 Em geral o livro é uma leitura sim: muito válida! Acho que a autora pecou muito na descrição. Não era necessário ela enfatizar tanto a aparência de Auggie, se ela deixasse implícito ficaria bem mais instigante a leitura. Sim, infelizmente tem um finalzinho clichê que deveria ter sido melhor elaborado. Não entendi a capa (ou entendi) se for para mostrar que Auggie é diferente, a capa é perfeita para esse papel. Se for para ilustrar o August, acho que não ilustrou tão bem assim. É um livro inocente, de leitura muito fácil... mas te faz pensar nas pessoas e situações em que nos encontramos casualmente no dia a dia. Recomendo. 4 estrelas. 

Confira o book trailer:

Um comentário:

  1. Auggie é tão lindo e perfeito. Não precisa se fazer de coitadinho pra ganhar o afeto das pessoas.

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